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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Top 5 - as igrejas que permaneceram na minha memória

Interessante como  inúmeras igrejas ao redor do mundo acabaram se tornando pontos turísticos e lugar indispensável para qualquer turista bater ponto, independente da crença religiosa de cada um. Mas, obviamente, isto não é a toa. Muitas igrejas, especialmente na Europa, são verdadeiros museus que abrigam fascinantes obras de arte. Outras apresentam uma arquitetura que enche os olhos e uma decoração interior rica em detalhes. Enquanto algumas possuem, inclusive, túmulos de personagens históricos que se tornaram icônicos ao longo dos séculos.

No entanto, ao mesmo tempo que algumas igrejas nos impressionam por toda a sua grandiosidade, confesso que, muitas vezes, me sinto entediado as visitando, especialmente em uma viagem pela Europa, durante a qual acabamos entrando em tantas igrejas que, com o tempo, não sabemos mais diferenciar uma da outra. Ao mesmo tempo, torna-se inevitável o questionamento de em que ponto da sua existência, a pompa, a riqueza e o luxo passaram a se impor sobre o verdadeiro propósito das igrejas dentro do Catolicismo. Afinal, algumas catedrais históricas ou até mesmo igrejas menores são tão luxuosamente decoradas que você acaba se indagando qual o sentido de toda aquela riqueza. Mas melhor parar por aqui para não gerar polêmicas desnecessárias...


De todo modo, admito que não sou um grande entusiasta quando o assunto é visitar esta ou aquela igreja. A Basílica de São Pedro, por exemplo, no Vaticano, não me causou um terço da impressão que eu esperava sentir (talvez por ter sido visitada ao fim de uma viagem que já havia percorrido inúmeras outras igrejas). Desta forma, para escolher minhas cincos igrejas favoritas, eu me utilizei da seguinte pergunta: quais igrejas me marcaram por uma ou outra singularidade, que as fizeram persistir em minha memória e que me farão indicar a sua visitação como parte imperdível de um roteiro turístico? 

A resposta? Veja logo abaixo:

1. Igreja de St Matthias / Budapeste-Hungria: esta não é a catedral da cidade de Budapeste (que embora imponente, não me chamou tanto a atenção) nem é uma daquelas enormes basílicas que roubam a cena em visões panorâmicas de grandes cidades. Mas se tornou uma das minhas igrejas preferidas por uma inusitada razão: o seu teto. Isso mesmo!! A estrutura arquitetônica gótica da igreja, tão comum a diversos outros prédios ao redor do planeta, tem o seu telhado adornado por incontáveis azulejos multicoloridos que dão um visual único e incontestavelmente belo à construção (um teto similar é visto na Catedral de Viena, mas confesso que o colorido da Igreja de St Matthias encantou muito mais os meus olhos).

Inicialmente construída no ano de 1015 pelo famoso personagem húngaro St Stephen, rei santificado pela Igreja Católica (falarei mais sobre ele no post sobre Budapeste), a igreja foi completamente reconstruída no século XIII e tornou-se uma mesquita entre os séculos XVI e XVII durante o domínio turco. Não consegui descobrir se os azulejos do teto foram introduzidos pelos turcos ou pelos católicos (se alguém souber, por favor compartilhar).

A igreja localiza-se no distrito do Castelo de Buda, numa área que fornece uma belíssima visão da cidade de Budapeste. Um passeio imperdível para quem estiver na capital húngara e sobre o qual darei mais detalhes no post específico que escreverei sobre a cidade.





02. Catedral de Milão / Milão-Itália: para mim, não há catedral mais bela, na Europa, do que esta. Aliás, não há nenhuma outra construção em estilo gótico (das que eu já conheci, claro!!) mais imponente, impressionante e bela do que a Catedral de Milão. Ao chegar na praça principal da cidade, onde a catedral está localizada, a primeira coisa que impressiona é seu tamanho. Para completar, a arquitetura é fascinante, com destaque para as inúmeras colunas pontiagudas apontadas para o céu. E o melhor: é possível subir até o teto da catedral e apreciar toda a sua complexidade arquitetônica mais de perto.

E não à toa, a catedral tem uma estrutura tão complexa aos nossos olhos. Afinal, centenas de anos foram necessários para a sua construção, indo do século XIV ao século XIX, e apenas terminando após a intervenção de Napoleão Bonaparte durante a invasão à Itália (este homem estava em todo lugar!!!).

Embora tenha conhecido o interior da catedral, não lembro de absolutamente nada. O que me encantou mesmo foi a imponência do seu exterior. Fico me perguntando se, algum dia, alguma catedral me impressionará tanto (espero muito conhecer um dia a Sagrada Família de Barcelona!!).






03. Oratório de St Joseph / Montreal-Canadá: talvez a escolha mais inusitada da minha lista, a igreja construída em homenagem ao santo padroeiro do Canadá, São José Baptista, não tem a mesma riqueza de detalhes arquitetônicos, as mesmas obras de arte nem os mesmos ricos objetos sacros encontrados em inúmeras igrejas europeias, mas, mesmo assim, é igualmente bela. Sua grandiosa cúpula de cobre, considerada uma das maiores do mundo, se impõe na base do Monte Royal, onde está localizada. Seu interior, embora enorme, é bastante minimalista quando comparado a inúmeras outras igrejas e possui artefatos e imagens simples, mas originais. E, talvez, por isso mesmo, tenha chamado tanto a minha atenção.

Para completar, visitei o oratório durante o pôr do sol e, neste momento, a fachada do mesmo havia ganhado um tom alaranjado extraordinário ao ser iluminado pelos raios do sol que já se aproximava do horizonte. Aliás, assistir ao anoitecer sentado na escadarias da igreja é um espetáculo à parte na cidade de Montreal e, sem dúvidas, este foi um aspecto que contribuiu para que o Oratório de St Joseph permanecesse com tanto vigor nas minhas lembranças.

De todas as igrejas desta lista, esta é a caçula, tendo sua construção começado apenas no início do século XIX e, embora não seja a igreja mais famosa de Montreal (que no caso é a Notre-Dame da cidade), me fascinou bem mais. Neste post sobre Montreal, explico como se faz para chegar na igreja.




04. Igreja de Sant´Ignazio di Loyola / Roma-Itália: por fora, esta igreja parece só mais uma em meio a tantas outras localizadas na capital italiana. Seu grande diferencial, no entanto, é o seu interior, mais especificamente, a pintura presente em toda a extensão do seu teto. Impressionante é pouco para descrever tamanha obra de arte. Impossível compreender como um único ser humano, no caso o artista Andrea Pozzo, tenha conseguido conceber sozinho aquela maravilha toda.

Os afrescos concebidos por Pozzo representam a recepção de Sant´Ignazio de Loyola por Jesus Cristo e a Virgem Maria, no céu. Mas o mais impactante da obra é a ilusão que causa no observador. Em vários momentos, a nossa impressão é de estarmos olhando para uma projeção em 3D. Na lateral de uma determinada janela (a que fica logo acima da entrada principal), é possível ver um anjo pintado na parede que estende seu braço em direção à janela; e, por incrível que pareça, sua mão parece nitidamente atravessar a borda da janela e se estender além da parede; obviamente, uma ilusão. Mas uma ilusão de fazer cair o queixo. No entanto, este é apenas um exemplo. É possível ficar um longo tempo descobrindo as várias ilusões presentes nas pinturas (saí de lá sem conseguir definir se alguns detalhes, como a própria cúpula, eram reais ou apenas ilusão). O difícil vai ser não ficar com dor no pescoço.

A igreja fica bem próxima ao famoso Pantheon de Roma, um dos prédios que eu mais admiro em toda a Europa (e embora esteja sob o domínio atual da Igreja Católica e seja considerada, por ela, uma igreja, não o coloquei nesta lista, pois não consigo vê-lo como tal), podendo-se, assim, programar a visita das duas atrações em um mesmo momento.

Fiquei tão distraído apreciando a igreja que só me lembrei de tirar esta única foto!!! De qualquer forma, nenhuma foto consegue reproduzir de fato a beleza daquele teto!!


05. Catedral de Santa Maria del Fiori / Florença-Itália: mais uma igreja da Itália, como não poderia deixar de ser, já que o país exala arte por todos os cantos, incluindo suas inúmeras igrejas. E mais uma igreja que me encantou pela beleza da pintura existente no seu teto. Neste caso, no entanto, o afresco se limita à cúpula da igreja, mas, nem por isso, torna-se menos impressionante. Da mesma forma que a pintura na Igreja de Sant´Ignazio de Loyola, aqui também cria-se a ilusão de 3D e até hoje fico impressionado quando lembro dos pés dos anjos pintados que pareciam pender para fora da parede da cúpula. Mais um local onde tive dores no pescoço de tanto que olhei para cima.

Sua bela fachada, coberta de mármore colorido formando belos mosaicos, também chama a atenção, assim como sua imensa cúpula, que pode ser vista de praticamente todo ponto de Florença, dominando a paisagem da cidade. Considerada, atualmente, a quinta maior igreja da Europa, o Duomo de Florença, como é conhecida, constitui uma visita obrigatória para qualquer turista que sonhe em conhecer a Itália.








Obviamente, existem outras igrejas que me encantaram, como a Notre-Dame e a Sacre Coeur de Paris (confesso que a segunda mais do que a primeira), a Catedral de St Paul em Londres (com sua divertida sala dos sussurros e a bela vista a partir de sua cúpula) e a Catedral de St Vito em Praga (com sua interessante coexistência de diferentes estilos arquitetônicos), mas, infelizmente, só havia espaço para cinco...


OBS:
Este post não recebeu nenhum tipo de patrocínio














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